Roteiros Turísticos

“Minha palavra é como as estrelas, não empalidecem.” por Murilo Antunes

“Minha palavra é como as estrelas, não empalidecem.”
(MURILO ANTUNES)

Até o dia 23 de setembro, o maestro Lindomar Gomes ergue sua batuta em solidariedade aos povos indígenas. Corais, bandas e congados, de diversos países, tocando e cantando em BH e em várias cidades de Minas. É o FESTIVAL INTERNACIONAL DE CORAIS que, em anos anteriores, homenageou o Clube da Esquina, a Bossa Nova, Chico Buarque, Milton Nascimento, Fernando Brant, As Mulheres, Gonzagão e Gonzaguinha, Villa-Lobos e alguns outros.

Tenho a honra de ter sido o compositor da música-tema, nos últimos anos,  com o maestro Leo Cunha.

Para saudar os povos indígenas, nossa música se chama SOMOS TODOS IRMÃOS. Me inspirei na carta que, em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois dele haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado pelos índios.

 Entre outras coisas lindas, o cacique escreveu: “O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra.  Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.

Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros. Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.”

 

Segue a letra para o FIC 2018

 

       SOMOS TODOS IRMÃOS
(Leo Cunha e Murilo Antunes)

(A)

Eu já perguntei aos deuses como seria

Já interroguei até o deus Tupã

O que a gente faria, me diga se alguém vivia

Se não for da nossa gente o nosso chão

(A2)

A terra que sempre foi boa conselheira

A mãe a vó a filha e nosso pai

Do que é feita a vida

Senão dessa nossa terra

Aonde aqui se vive e se vai morrer

(B)

Somos irmãos, todas as tribos são

A lua o céu o sol e a imensidão

Dai-nos a paz aqui na terra azul

E juntos seremos mais e seremos nós

Somos irmãos

(A3)

A nossa palavra é como zilhões de estrelas

Que passam milhões de anos e não se vão

Não somos donos de nada

Não vendemos nossa alma

Por que os brancos insistem em nos tomar

 

(A4)

E tudo que fere a terra

A nós ferirá também

A água que corre tanto não é nossa água

Mas é o vermelho sangue dos ancestrais

(B2)

Somos irmãos, todas as tribos são

A lua o céu o sol e a imensidão

Dai-nos a paz aqui na terra azul

E juntos seremos mais e seremos nós

Somos irmãos

 

Um pensamento sobre "“Minha palavra é como as estrelas, não empalidecem.” por Murilo Antunes"

  1. Sirleni disse:

    Não canso de ler

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