O Bairro Santa Tereza
O Bairro - Texto cortesia Jornalista Eliza Peixoto
O bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, é um desses lugares onde perduram algumas tradições e onde aflora cultura em amplitude, como a boemia dos bares e restaurantes, como o Bolão e Bar do Seu Orlando, entre tantos outros; e os encontros marcantes “marcados” de fazer arte, como o Clube da Esquina, Skank e Sepultura e os diversos ateliês de cerâmica, artes plásticas, artesanato e grupos de teatro e de música.
É um lugar onde as pessoas ainda conservam o hábito de dar bom dia, boa noite e oferecer ajuda, quando alguém está em apuros e até mesmo sentar no banco da praça ou na porta da rua e trocar um dedo de prosa. Por falar em praça, as cinco existentes no bairro Santa Tereza são pontos de encontro dos moradores e visitantes.
Carinhosamente chamado Santé, quase uma referência ao seu pulsar de “mineiridade”, que corta a “compridez” das palavras, é um bairro que ultrapassa fronteiras por meio de seus moradores, suas praças e manifestações. Apesar do bairro Santa Tereza estar em Belo Horizonte, é um lugar de Minas, do Brasil e do Mundo.
O Bairro de Santa Tereza - Texto cortesia Jornalista Luis
O bairro Santa Tereza teve sua ocupação iniciada pelos imigrantes, principalmente italianos, portugueses e espanhóis que vieram trabalhar na construção da nova capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. Inclusive muitos dos moradores são descendentes desses imigrantes, pois uma das características de seus habitantes é continuar vivendo no local.
Ainda é possível encontrar imóveis do início do século XX, que guardam suas características arquitetônicas, como por exemplo o prédio do cinema e do bar Bolão.
Localização:
Região Leste de Belo Horizonte. Como uma ilha, o bairro Santa Tereza está rodeado pelas avenidas Silviano Brandão, Contorno e Andradas, importantes vias de tráfego de veículos.
Tem como vizinhos os bairros Sagrada Família, Horto, Pompéia, Santa Efigênia e Floresta e a 15 minutos do centro da cidade.
Para chegar:
De carro: Vir pelas Avenidas do Contorno, Andradas ou pela Silviano Brandão, que são bem sinalizadas.
Transporte público:
Metrô: descer na Estação Santa Tereza. Atenção para o horário de funcionamento, consulte antes
Ônibus: Duas linhas cortam o bairro: 9103 – Santa Tereza/Santo Antônio e 9210 – Santa Tereza/Prado.
O COMEÇO:
Atualmente conhecido como a capital da cultura, da música e dos botequins, o bairro de Santa Tereza originou com a vinda de imigrantes, brasileiros e estrangeiros, para a região no final do século XIX.
O bairro se manteve fechado, não sendo passagem para outras comunidades, durante décadas, e habitador por dezenas de famílias que se radicaram e ali criaram seus filhos, daí o porque de sua tradicionalidade e aparência de interior. O casario das décadas de 1920, 30 e 40 é conservado ór seus proprietários, o que torna a arquitetura da comunidade especial. Recentemente, a Camara Municipal aprovou lei que torna obrigatproio a preservaçãodestes imóveis, o que contribui para o aspecto geral do bairro. Nas décadas passadas, os grandes problemas dos moradores eram o Hospital do Isolamento, a falta dágua nas torneiras das casas e o Quartel da Polícia Militar. Felizmente estes problemas forma resolvidos nas décadas de 1960 e 70. No esporte, a equipe as Associação Esportiva Santa Tereza se manteve na liderança do Futebol amador da cidade, nos anos de 1940 a 50.
O Clube da Esquina, Conjunto Skank e Sepultura, de projeção mundial, têm sua origem na comunidade, o que ajudou a divulgar o bairro.
Assim, o Bairro Santa Tereza é o dos mais conhecidos em Belo Horizonte e a presença de milhares de pessoas de outras comunidades é constante, o que a torna bem movimentada. Sobretudo nos fins de semana.
CAPITAL DA CULTURA
A povoação da região do Bairro Santa Tereza surgiu com a chegada de imigrantes europeus e brasileiros, no final do século XIX, logo após a inauguração da Nova Capital do Mineiros.
Na região foi implantada a “Colônia de Imigrantes Américo Werneck” quando portugueses, espanhóis, italianos e brasileiros, em sua maioria, ocuparam, plantaram e colheram cereais e frutas além de criar animais, sobretudo aves e porcos, de tração epara transporte de cargas, em seus lotes que tinham em média 20 mil metros quadrados.
Os colonos trabalhavam nos afazeres do campo e tambémnas construções públicas e particulares da cidade porque grande parte era também “artista”, como eram conhecidos os pedreiros, carpinteiros e pintores.
O HOSPITAL
Nos primórdios da nova capital, um subúrbio longínquo e despovoado, que seria o bairro de Santa Tereza, foi escolhido para a construção de um hospital para tratamento de pessoas com doenças infecto-contagiosas como sarampo, varíola, rubéola, tifo, crupe e e, 1918, dos portadores da Influenza ou Peste de Dakkar e que ficou conhecida como Peste Espanhola.
O ISOLAMENTO
Então, onde era o Mercado distrital e a atual “ Escola Estadual Pedro Américo”, no bairro Santa Tereza, ficava o hospital de isolamento. O “Isolado, no quarteirão formado pelas Ruas São Gotardo, Perite, Silvianópolis e Alvinópolis, foi construído em uma área de dez mil metors quadrados, com 23 quartos e duas enfermarias. Sua área foi toda plantada com eucalipto, casuarinas, jalão, mangueiras e goiabeiras, que davam ao local um cheiro gostoso além de sombra e clima ameno.
Mesmo sem equipamento adequado, o “Isolado” foi inaugurado em 22 dew agosto de 1910, tendo como diretor o Dr. Otávio Machado.
Muitas pessoas, por desconhecimento, constuma dizer e ensinar que no “Hospital de Isolamento eram internados tuberculosos, hansenianos e pessoas com outras doenças desta natureza. Não é verdade. O que se denomina doenças infectoconstagiosas eram as que naquela época, ainda não haviam sido erradicadas no Brail. Não havia vacina e a população era constantemente atacada pelas mesmas.
Para os moradores da região o “Isolado” era um verdadeiro pronto socorro e lá eram atendidos com problemas de saúde ou mesmo para recebimento de medicações.
P Hospital do Isolamento, depois nominado Cícero Ferreira a partir de 1922,permaneceu 55 anos em Santa Tereza. A não ser os moradores da região, enfermeiros e enfermeiras, as pessoas evitavam andar nas conduções que serviam ao bairro ou mesmo transitar pelas suas imediações.
No dia 16 de maio de 1965, o hospital mudou-se para a Avenida Churchil em Santa Efigenia para depois se alojar na Alameda Ezequiel Dias, 345.
A HOSPEDARIA DE IMIGRANTES
Em virtude do Decreto Federal número 6455, de 19 de Abril de 1907, a União continuou o serviço de imigração para todo o país.
Em 1913, dentro da meta do Governo de receber muitos imigrantes, é iniciada, no que é hoje a Praça de Santa Tereza, a construção da Hospedaria dos imigrantes. A construção ficou pronta em 1914 mas, devido a 1ª Guerra Mundial, que impedia a travessia do Oceano Atlântico e indisponibilidade de imigrantes, o prédio ficou ocioso até 1916. Visava facilitar aos imigrantes chegados da Europa, e de várias partes do Brasil, acomodações e tratamento regular, durante o tempo de espera para seguirem aos seus destinos nos núcleos coloniais nos subúrbios da Capital.
OS MILITARES NO BAIRRO
O bairro Santa Tereza, desde os primórdios, sediou uma guarnição militar.
O prédio da Hospedaria de Imigrantes foi transformado em quartel do Exercito, em 1916,para receber o 59 Batalhão, que permaneceu até 1920.
Depois , em 1924, naquele local forma as instalações do5 Batalhão da Força Pública ( Polícia Militar). Com a saída desta unidade militar para o bairro Gameleira, em 1964, todo o quarteirão foi transformado em CSA, Batalhão de Radiopatrulhas e, atualmente, em16 Batalhão e Colégio Tiradentes.
Por este motivo a comunidade é conhecida por sua tradição militar onde residem centenas de militares da ativa ou reformado.
