Projetos Culturais

Era um Ramo de Mato Seco

ERA UM RAMO DE MATO SECO

 O primeiro braço se ergueu

E com ele as rugas

De um ramo de mato seco carregado no rio

 Os podres foram de encontro ao segundo braço

E os parceiros da miséria armaram tocaia

Meia noite escuridão belas armas

Apenas um ramo de mato seco carregado no rio

 O terceiro braço se ergueu

Altivo possante ambicioso.

Foi levado pela musica do medo

Entre bueiros e frestas

Até não se lembrar de antigas habilidades:

Tapa na cara

Equilíbrio do corpo

Galanteios divinos

Chagas nos cotovelos num quebra-braço

Era um ramo de mato seco carregado no rio

 Outros muitos braços se ergueram

E com eles as palmas mudas

O esmalte ocre da terra

O tapa fofo

O equilíbrio falso do corpo

Os galanteios negados

Os trejeitos século 20.

A sagaz melodia do medo não resiste tempos

Lógica mordaz: morte

Um ramo de mato seco carregado no rio.