LUGARES E PERSONAGENS DA NOITE DE BEAGÁ
Bar do Museu Clube da Esquina -10/09/2020
FONTE: LIVRO DE MARILTON BORGES – MEMÓRIAS DA NOITE -2001 EDITORA ARMAZÉM DE IDÉIAS
Numa destas páginas atrás falei sobre o, desculpem a má palavra, Bigorrilho. A partir da narrativa de um pequeno incidente lá ocorrido, bem no início da minha vida profissional e vivido, naquela ocasião, por mim e por alguns ilustres e queridos companheiros de ofício, vieram à tona, de um cantinho qualquer da minha memória, fatos, personagens e lugares dos quais eu não me lembrava há muito tempo. Ainda que de uma maneira absolutamente fragmentada, quero crer que certamente, pela delícia do exercício, muita gente boa me acompanhará nesta viagem à noite de Beagá dos anos 60 e 70, principalmente.
É bom que se diga, pra começo de conversa, que, naquela época de poucos automóveis e de quase nenhuma violência, dava para passear à noite, tranquilamente, por nossas ruas, a pé, sem ser importunado por quem quer que fosse. A miséria, esta eterna e triste vergonha nacional, se comparada com a atual, era bem menor, e seus desagradáveis reflexos, tais como, por exemplo, a hoje cresceente população de rua e toda a violência que ela recebe e retribui na mesma proporção, atingiam patamares bem mais baixos que os atuais. Mas vamos lá, em direção ao que, naqueles áureos tempos, o pessoal do Pasquim chamava de Horta da Luzia.
Mais histórias por Marilton Borges: Lá vai ele descendo a Ladeira
Os bares e as boates: Bico de Lacre, Arakon, Top Bar, Almanara, Cantina do Alvim, Le Chat Noir, Beb’s, Alex, Chalezinho, Wood Face, BB Circus, Largo do Baeta, Bauble’, Walter Piano Bar, Padock, L’Hermitage, Tip-Top, Bar do Adão, Barbarella, Oxalá, Berimbau, Gruta Metrópole, Lanchonete Nacional, Pigalle, Monjolo, 890, Tom Marrom, Bar do Primo, Uai e Tom Chopin.
Os proprietários: Elias Aramuni, Agostinho Baeta, Tuíca Rabelo, Alexandre e Lacerda, Albeni, Waltinho Scotelaro, Deado Cortes, Zé Alvim, João Tororó, Bob Tostes, Joãozinho da Lanchonete, Humberto do Oxalá, Sérgio e Maurício Lopes, Armando Bello, Pastel, Prestes Duval e Dalca.
Os músicos: Célio Balona, Zé Guimarães, Aécio Flávio, Maurício Scarpelli, Nazário Cordeiro, Paulinho Horta, Maurity, Valdir Silva, Paulinho Braga, Tibério, Pedro Mateus, Anthony, o rei do chá-chá-chá, Sílvio Barbosa, Jonas Bonfim, Gealdo Tonelli, Eduardo Prates, Ildeu Lino, Amador, Walter Gonçalves, Washington Pires, Tiãozinho Batera e Bijoca.
Os cantores e cantoras: Deise Guastini, Nilza Menezes, Sílvio Aleixo, Márcio José, Nilsinho, Lagoinha, Gilberto Santana, Lúcia Bosco, Babaya, Léo Belico, e ainda a turma do Brasa 4, ou seja, Claudinê e Márcio, Dalva Righetti, Roberta Lombardi, Edgar de Jamal, Silmar Birro e Edinho.
Os conjunt9os musicais: Os Agitadores, The Jungle Cats, o Gemini VII, Os Gárgulas, Os Analfabeatles, GT Trio, Wood Faces, Brasilian Boys e ainda os conjuntos de Bié Prata, Célio Balona, Gilberto Santana, mais as orquestras de Delê e do Castilho.
Caberiam ainda listas com os nomes dos mais brigões; dos que exageravam mais na bebida e ainda a dos reis do “pendura” ou seja, daqueles que estavam sempre em todas mas que jamais pagaram uma conta sequer. Diz a lenda que as cobras não picam o pessoal da noite mais por conta da ética profissional do que por qualquer outra coisa. É por este motivo que deixo de dar nome àqueles bois, neste caso.
Em nome da minha memória, que não é das melhores, minhas desculpas aos que não foram citados, mas que, de uma forma ou de outra, ajudaram, como estes acima, a fazer a história da noite de Beagá.
Boa tarde…
Vejo aqui citado o nome MONJOLO, na relação de Bares e Boates… Frequentei este local nos fins dos anos 60, imagino que seja onde estive várias vezes. Sempre morei no interior mas as vezes que fui a BH, gostava de ir ao MONJOLO…. Alguém saberia dizer onde era este BAr/Boate…Agradeceria se alguém informar. Faz parte das doces lembranças de uma vida longa….
Só faltou uma…que mudou todos os horários da noite de BH com muita gente bonita, animada e que só fechava as 06:00 da manhã… a “BRILHANTINA” que motivou abertura de diversas outras de excelente nível. Carioca que adora esta cidade até hoje Wilson Ferraz
Tinha uns 16 anos e passei na porta com um irmão mais velho de um grande amigo de juventude!
Av Carandaí perto do Colégio Arnaldo
Correção Av Bernardo Monteiro
Av Assis Chateaubriand, hoje tem um edifício que leva o mesmo nome. Entre a R Itambé e Av Francisco Sales perto do antigo teatro Alterosa
Ficava na Av. Assis Chateaubriand 525 no bairro Floresta.
Lembrei de uma boate na Av. Amazonas, Estilingue
Muito bom…vou aqui lembrar uma importante boite que tinha em BH anos 60. Não podemos deixar de citar a Boite Almanara na Rua Tupinambás esquina com Rio de Janeiro. Ficava no segundo andar. Ali fazia um belo som, trio Elias Salomé (Piano), Ildeo (Contrabaixo) e Waltinho batera( só usava óculos escuro igual do Ray Charles). Com ele aprendi a tocar a bela Bossa Nova, Bolero, Foxtrot, Samba Canção e outros…Quase todas as noites ia pra lá e dava um descanso à ele dando uma canja. Nunca me esqueço desse grande batera quando ficamos chapa, eu muito novo nem 18 anos eu tinha, mas entrava na calada. Depois mais tarde em 1966 fiz parte da banda Os Intrépidos com os músicos; Ezequiel Lima (Contrabaixo),Maneco (Guitarra Solo), Flávio (Guitarra Base), Eu na Batera e por algum tempo Wilsinho Ceguinho no Orgão. Antes 1964/1965 também fiz parte do conjunto de baile Blue Star. O meu professor foi “O GRANDE WALTINHO BATERA”.